Os desafios que se impõem à Universidade Brasileira no início do século XXI
Ao discutirmos a Universidade Brasileira devemos lembrar-nos de que a educação superior é um serviço público e de que a universidade pública cumpre um papel essencial no Brasil e na América Latina. Para atender os desafios que se impõem neste próximo século em que as sociedades dependerão, principalmente, da sua capacidade de gerar e lidar com os novos conhecimentos, adaptando-se de forma compatível à rapidez dos progressos das novas tecnologias da informação e da comunicação, faz-se necessário, basicamente, enfrentarmos a questão do financiamento da educação superior e da educação como um todo. Este é um desafio para todas as sociedades, mas, para aquelas emergentes ou em desenvolvimento, constitui-se em questão estratégica ligada à sua própria sobrevivência.
A universidade brasileira neste início de século passa por um processo de grandes transformações. O modelo de universidade no país se caracteriza pela existência das instituições de ensino superior públicas e privadas.
Até meados da década de 60, as instituições públicas eram responsáveis por 65% das matrículas do ensino superior e as instituições de ensino privado ficavam com 35% das matrículas. A realidade hoje demonstra uma inversão desse quadro, sendo as universidades públicas responsáveis por 25% das matrículas e as instituições privadas de ensino com 75% das matrículas do ensino superior, segundo dados do MEC.
Essa inversão se explica pela política educacional herdada do regime militar de 64, que congelou as vagas nas universidades públicas e favoreceu a expansão do ensino no setor privado.
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