Os desafios da indústria brasileira
Na arrancada dos emergentes bem-sucedidos, os benefícios da abertura da economia ao investimento estrangeiro – tais como absorção de tecnologia, adensamento de cadeias industriais, crescimento das exportações – dependeram fundamentalmente das políticas nacionais. Dentre os chamados BRICS, cresceu mais e exportou ainda melhor quem conseguiu administrar uma combinação favorável entre câmbio real competitivo e juros baixos, acompanhada da formação de redes domésticas entre as montadoras e os fornecedores de peças, componentes, equipamentos, sistemas de logística e advertising.
Na era da arrancada chinesa, é superstição acreditar que a abertura financeira e a exposição pura e simples do setor industrial à concorrência externa são capazes de promover a modernização tecnológica e os ganhos de competitividade. Os estudos mais especializados e aprofundados sobre o tema mostram que a concorrência nos mercados contemporâneos está marcada por características que não guardam qualquer semelhança com as crendices simplificadoras das vantagens comparativas. A propósito das suposições sobre o estado atual das trocas internacionais, dois economistas de Princeton escreveram um artigo denominado “O surgimento das cadeias globais: não se trata mais de Vinho versus Tecidos”. É uma crítica bem argumentada e com sólidas bases empíricas às teorias convencionais sobre os ganhos de comércio lastreadas na teoria das vantagens comparativas.
Os estudiosos reconhecem a existência de economias de escala e de escopo, economias externas, estratégias de