OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DA EVIDÊNCIA NA PRÁTICA CLÍNICA
O S D E S A F I O S D A I M P L E M E N TA Ç Ã O D A
EVIDÊNCIA NA PRÁTICA CLÍNICA
Gabriela Colaço 1 , Madalena Gomes da Silva 2
Professora Adjunta na Escola
Superior de Saúde do
Instituto Politécnico de
Setúbal 1 gabriela.colaco@ess.ips.pt Professora Coordenadora na
Escola Superior de Saúde do
Instituto Politécnico de
Setúbal 2
Volume 1 Número 0
O contínuo desenvolvimento do conhecimento na área da saúde implica a possibilidade de encontrarmos, no contexto clínico, práticas desvinculadas do mais recente conhecimento científico. Neste contexto, tornou-se fundamental minimizar o distanciamento entre os avanços científicos e a prática clínica, surgindo, inicialmente, no campo da Medicina, e, posteriormente, noutras profissões de saúde, a Prática Baseada em Evidência (PBE).
A Prática Baseada em Evidência garante que os cuidados de saúde sejam fundamentados em evidência científica válida, relevante e que resulta de pesquisa e avaliação robustas, considerando igualmente as circunstâncias individuais, crenças e valores do doente, bem como a experiência do profissional de saúde, tendo em vista a prestação dos melhores cuidados de saúde possíveis (Sackett et al. 2000).
A Medicina baseada na Evidência desenvolveu-se a partir da publicação de Archie
Cochrane ‘Effectiveness and Efficiency: Random Reflections on Health Services’ em 1972, onde se reconhecia existir um desajustamento entre o conhecimento científico mais actual e a prática clínica real.
A partir daí, multiplicaram-se as iniciativas focadas na necessidade de reduzir a variação da prática clínica, fornecendo aos profissionais de saúde formas de aceder a orientações clínicas baseadas em evidência robusta (1983, Scottish Intercollegiate Guidelines Network
(SIGN)).
Quase 30 anos depois o problema persiste e alguns profissionais de saúde mantêm uma determinada prática clínica apesar de existir evidência que aponta para a sua descontinuação e utilização de novas metodologias. Estas variações no