Os Cronistas - resenha

404 palavras 2 páginas
OS CRONISTAS

O cotidiano da vida na cidade do Rio de Janeiro entre os séculos XIX e XX era cantado em verso e prosa por Vivaldo, Fazenda, Machado, João, Barreto. Eles tiveram acesso ao dia a dia da cidade, verificaram comportamentos sociais. Puderam mensurar e avaliar os efeitos na nossa sociedade com seu corpo deficiente, paralelo, comum. Eles viveram no gueto, no submundo, na voz calada da História. Vivia-se uma instabilidade econômica e política, onde o imaginário coletivo popular era vivificado, analisado em sua essência. O povo era vítima, fazia-se de vítima ou preferia essa posição aparentemente marginalizada pós guerras, industrialização, da fome? Eles sim, os cronistas, privilegiavam o evenementille, o eventual, o corriqueiro sem medo dos relacionamentos, ainda que através de conotações. Comentavam o cotidiano das ruas, “causos” contados e seu valor histórico indevidamente catalogado pela autoridades, construído à surdina da ordem formal, oficial. O escravo ao ganho, o capoeirista, os ambulantes eram mal vistos e mal interpretados pela sociedade. Ainda hoje somos um grupo social complexo, multifacetado, caleidoscópio cheio de nuances, urgindo por uma identidade, representada pela soma de papéis, desempenho, deveres, direitos com tantos deslocamentos de status. Assim, os cronistas reinterpretam o não dito, o não escrito. O querer saber e querer dominar o corpo transformou a tradição recebida em texto poduzido sem escrita, um código que aguarda ser decifrado além das elites dominantes. Corpo visto, é corpo sabido; somos um corpo que cala. Julgam-se valores, aproximam-se ou identificam-se ou permanecem submissos, ignorando sua própria identidade e a do outro. Precisamos delnova leitura de nós mesmos, de nossa história, já que estamos todos inseridos no momento da Globalização mundial, de onde não tem para onde fugir. Dominados continuam sendo tratados como inferiores. Antigamente vivia-se a

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