Os conflitos contemporâneos
“As tentativas de construção de um mundo só sempre conduziram a conflitos, porque se tem buscado unificar e não unir”.
Milton Santos, Técnica, Espaço, Tempo.
Durante os 45 anos de guerra fria, as duas superpotências do mundo bipolar, EUA e URSS, exerceram influência direta ou indireta sobre quase todos os eventos de repercussão internacional, ocorridos nas mais diversas partes do mundo, o que fez com que muitos conflitos hoje vivenciados meio que passassem por um “congelamento”, pois o receio de se tornar um novo Vietnã – que foi invadido pelos EUA -, ou Afeganistão – invadido pela URSS - era evidente. Hoje em dia é possível afirmar que devido à interdependência econômica entre os países, e a existência de mecanismos supranacionais de negociação como a ONU – apesar de estar desmoralizada depois da guerra do Iraque -, a possibilidade de guerra entre os países do mundo desenvolvido parece ser cada vez menor.
Se o século XX deu origem à era da guerra total, como afirmou o historiador inglês Eric Hobsbawm, o século XXI inaugura a era da insegurança e da eminência mundial de uma nova onda de guerras. Esse receio diante da possibilidade de novos conflitos tem início com a simbólica data de 11 de Setembro de 2001, com o atentado terrorista de Osama Bin laden às torres gêmeas do World Trade Center. Dessa forma, o primeiro ano do terceiro milênio começou com uma grande catástrofe, em que o medo trouxe instabilidade na defesa da paz mundial.
As relações entre os Estados tornaram-se mais complexas a partir do atentado nos Estados Unidos, e a tensão militar adquiriu força nos últimos anos. Essa instabilidade entre as nações é exemplificada, por exemplo, na política nuclear do Irã, que descumprindo medidas de seguranças investe pesado na produção de armas nucleares, com a justificativa de que essa produção será exclusivamente utilizada para fins pacíficos. Todavia, existe uma insegurança entre vários países, principalmente do Ocidente, de