Os conceitos de Nida
Eugene Nida, cujo trabalho voltou-se para a tradução bíblica missionária, é um representante menos radical da corrente chamada Escola de Leipzig, apesar de a visão de um significado único fazer parte de sua idéia de tradução, como confirma a seguinte passagem:
Se considerarmos que os autores da Bíblia esperavam ser compreendidos, devemos também considerar que eles pretendiam que o texto tivesse um sentido e não vários, a menos que uma ambigüidade intencional seja lingüisticamente ‘marcada’ no texto (NIDA; TABER, 1982, p. 7).
Apesar de ainda conceber a tradução como igualdade de valores, Nida considera os aspectos culturais e antropológicos envolvidos na tradução e não somente os fatores lingüísticos. Sua preocupação é com a função do texto de partida, repassada ao texto de chegada pelos equivalentes funcionais. Dois conceitos instituídos por Nida se tornariam importantes para a teoria da tradução: a correspondência formal e a equivalência dinâmica. A primeira enfatiza a mensagem em si, em força e conteúdo. A segunda tem como preocupação resgatar o efeito pretendido pelo texto original. Com essas duas ‘ferramentas’, o tradutor estaria apto a trazer ao leitor da tradução as intenções e efeitos do texto ‘original’.
O conceito de equivalência dinâmica de Nida tem reflexos no trabalho de outros autores, adeptos do que foi chamado de equivalência funcional, como Newmark. Para este autor, a tradução deve despertar em seu leitor uma reação que possa se confundir com a reação que teve o leitor do original, por força do princípio do efeito similar ou equivalente. Há uma tentativa de unir os dois pólos do processo tradutório, o original, e a intenção de seu autor, e o receptor do texto traduzido. Newmark faz um comentário para demonstrar a utilização do princípio do efeito equivalente: “ ‘Quem é o leitor desse texto?’ É a primeira pergunta do professor de tradução”.
Para Nida, o bom tradutor deve afastar seus próprios valores ideológicos e