Os Capítulos do crioulo José Inácio Marçal Coutinho (Minas Gerais, 1755-1765)
Dentre esses forros, destaca-se a figura de José Inácio Marçal Coutinho, negro que sabia ler e escrever, um líder entre os descendentes de africanos, o qual mantinha boas relações com homens brancos, devido seu conhecimento intelectual representava os negros forros da província mineira. Dada a importância a qual se achava na província, encaminhou documentos para o conselho ultramarino, documentos estes em forma de vinte sete capítulos os quais retratam a importância dos libertos para com a coroa de Portugal no que se refere ao trabalho de captura de negros escravos foragidos, os quais assaltavam nas estradas e sequestravam bens e mulheres, trabalho este que os soldados da corte teriam dificuldades em executar, pela dificuldade de adentrar as matas, em contrapartida os negros forros eram práticos neste assunto, de maneira geral o objetivo destes capítulos é descrever que os libertos mereciam ser remunerados e reconhecidos por travarem uma continua “guerra viva” em prol da soberania lusitana sobre as regiões das minas².
Pela importância que Coutinho imaginava ter, requereu junto à coroa sua promoção ao posto de Capitão-mor das entradas e assaltos dos matos, rios, serras, e campos da Capitania de Minas Gerais, porém o rei D. José I o promove ao posto de Capitão do Mato.
O cargo que Coutinho exercia antes da promoção era muito mais nobre, não haveria necessidade de promoção ao posto de Capitão do Mato pelo Rei, pois o mesmo poderia ser