Os campos como microcosmos relativamente autônomos
O texto começa com o autor fazendo o uma reflexão sobre o campo de estudo da ciência e sua gênese. Bourdieu analisa as produções culturais como objetos de análise e aponta a oposição que existe quanto à interpretação desses objetos, sendo que existe o ponto de vista interno e externo de análise, que são antagônicos e intimamente ligados. Em outras palavras, existem estudiosos, que ao analisarem uma produção cultural, por exemplo: a arte, analisam no sentido restrito ao que ela representa, pegando somente a obra em todos os aspectos e vendo o que ela representa somente (isso seria a visão internalista), enquanto que alguns analisam do ponto vista de procurar entender as implicações do que essa arte representa, assim como seu contexto, relacionando-as com o mundo social ou econômico (visão externalista).
Bourdieu exalta também a capacidade de constante renovação da ciência, relatando a capacidade histórica da mesma de planejar-se e reconstruir-se num ponto em que faz isso fora de qualquer intervenção do mundo exterior, assim legitimando sua capacidade de se perpetuar.
Para de escapar de uma análise internalista ou externalista de qualquer estudo, Bourdieu em sua hipótese, julgava mais habilidoso analisar o campo desses estudos, pois para ele este “universo intermediário” que então era onde estavam inseridos os agentes e as instituições que produzem, produziam ou difundiam esses estudos: “Esse Universo é um mundo social como os outros, mas que obedece a leis sociais mais ou menos específicas” (BOURDIEU, 1997, p.20). O autor continua definindo esse espaço como isolado, portanto, dotado de autonomia: como “microcosmo”, dotado de suas próprias regras e como “macrocosmo” submetido as regras do contexto social ao qual pertence. Enumera ainda, uma grande questão que é o nível de autonomia que este campo possui e usufrui em relação a outros, além da dificuldade de quantificar tal nível, tornando esta parte do