os benefícios da leitura
(Lígia Bojunga Nunes)
O primeiro livro impresso data de 1436, fruto da invenção da tipografia de Gutemberg. Os livros daquela época caracterizavam-se pela letra irregular e imperfeita, pela ausência de paginação, assinatura e título; não tinham margens ou capítulos e nem sinais de pontuação. Após 1500, com o aperfeiçoamento da imprensa, o livro foi se modificando, desde o tipo de papel até os detalhes formais ligados à disposição das letras na página, à forma de ilustração, possibilitando tiragem e divulgação maiores e mais rápidas. Podemos afirmar que a presença do livro em nossa cultura foi a chave com a qual abrimos as portas da História, alargamos as fronteiras e construímos novos mundos. A ideia de leitura, portanto, está intimamente associada à de liberdade e à modernidade.
Mas, no Brasil, a leitura parece ser uma atividade apreciada e praticada pela minoria da população. As pesquisas mais recentes sobre o assunto mostram que os brasileiros leem em média 4,7 livros por ano, sendo que apenas 1,3 são livros ausentes do currículo escolar, escolhidos pela vontade e interesse do próprio leitor. Esse dado mostra que, em geral, a leitura é associada a uma atividade obrigatória, solitária, que exige paciência e atenção. Mas, na verdade, a leitura se dá como um diálogo, uma troca que pode ser bastante estimulante.
No livro, o leitor pode encontrar respostas para dúvidas ou anseios que permeiam a sociedade, viver histórias e ir a lugares nunca imaginados. É claro que a leitura é caracterizada por uma dimensão de individualidade, já que nela muitas vezes o leitor se envolve de tal forma que o mundo ao seu redor parece se transformar. Isso ocorre também porque todo texto possuiu seus vazios, suas aberturas a serem preenchidas pelo leitor com as mais variadas significações. O leitor passa, então, a se