Os adelfos

1762 palavras 8 páginas
No mundo caótico em que vivemos, no qual filhos matam pais, se faz necessário refletirmos um pouco sobre a condição atual da relação pais e filhos, professores e alunos, para tal consideramos que estudar fontes como “Os Adelfos” de Terêncio, nos seria de fundamental importância.
Antes de aprofundarmos nossa análise nesta comédia, falaremos um pouco sobre Terêncio. Ele era africano, nascido em Catargo, foi escravo de um senador – Terêncio Lucano – quem o levou para Roma, onde foi educado como homem livre. Esse traço bibliográfico tem grande merecimento em suas comédias, pois enfatizava a importância da família na formação dos jovens, no processo do “tornar-se homem”.
Terêncio uniu ao seu nome outros dois ficando Públio Terentius Afer, foi com este que fez representar em Roma suas peças. Mas o êxito, ao contrário do que sucedera com Plauto, foi quase nulo. Pois, diferentemente de Plauto, Terêncio é mais intelectualista. Inclinava-se à reflexão moralista. Por conta disto, nunca foi bem visto pelos romanos.
Em relação à comédia, vale salientar que os romanos refletiram sobre os seus modelos de educação, através da antítese entre as personagens, os irmãos Dêmea e Micião, um trazendo consigo a representação do modelo tradicional da educação camponesa e o outro representando um modelo mais livre, de educação citadina. Já que para Miciao não necessitaria usar sua autoridade, pois ele se fundamentava no diálogo. Como poderemos verificar na passagem a seguir:

“(...) não acho que seja necessário usar a cada passo da minha autoridade. E acostumei esse filho a não me ocultar nada daquilo que os outros fazem às escondidas dos pais (...) Acho que é melhor conter os filhos pelo sentimento da honra e pela lealdade do que pelo medo” (pp. 310)

Terêncio em sua comédia confronta um pai e um dono de escravos, que este último propõe a liberdade quando resulta na obediência gratuita. O escritor realiza essa comparação, pois ele considera que Dêmea tem criado Ctesifião coagido,

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