Os 10 mandamentos do estilo neocolonial
Tal experiência veio para a nova Capital, tendo sido efervescente nos anos 30. Agradando a todos os gostos, o estilo neocolonial foi amplamente divulgado através das revistas especializadas, tendo sido popularizado e simplificado, o que, consequentemente, facilitou sua adoção nas edificações de então.
Segundo teoria de José Mariano Filho, dirigida "aos jovens arquitetos", o estilo neocolonial deveria se pautar em dez mandamentos:
I A Verdade (representada "em matéria" na sua escritura natural, sem simulação);
II A Força (formas serenas e fortes dos nossos antepassados);
III O Espírito Clássico (ordem toscana nas composições);
IV A Cor (edifícios pintados nas cores branca, amarelo-camurça ou rosa, com esquadrias pintadas de verde oliveira claro ou azul de Delft);
V A Sobriedade (discrição no emprego de elementos decorativos);
VI A Categoria (elementos arquitetônicos com a mesma categoria atribuída ao estilo colonial);
VII A Nobreza (proporção e propriedade nos elementos utilizados);
VIII O Conforto (unteração entre o interesse da vida social e a noção clássica de conforto brasileiro);
IX O Caráter (força estática da "massa" arquitetônica, compreensão dos elementos essenciais, uso de praxes tradicionais);
X A Nacionalidade (retorno às formas lógicas do estilo colonial representando o prelúdio da emancipação social e artística brasileira)
Um bom exemplo desse estilo é o Grupo Escolar Dom Pedro II, à Avenida Alfredo Balena, construído em 1926 pelo arquiteto Carlos Santos e que representa, ao lado do prédio da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, o neocolonial mais expressivo da capital. Evidenciam-se na paisagem belo-horizontina duas atribuições principais nesta época em que sobrepunham-se experiências estéticas - os sobrados, as escolas, os hospitais