Oráculo- antiguidade clássica
Oráculo de Delfos
Misticismo vs legalismo – o misticismo contém em si um carácter emocional, subjectivo, opondo-se ao legalismo ou “ esforço para ganhar o favor dos Deuses , cumprindo os seus preceitos”. Esta expressão grega aparece pela primeira vez nos Trabalhos e Dias ( poema épico de Hesíodo) quando, por exemplo, Hesíodo aconselha um lavrador a , antes de deitar mão ao arado para trabalhar a terra, dirigir uma prece a Zeus Ctónio ( Hades ) e Deméter, para que o seu campo produza em abundância.
O oráculo de Delfos O representante máximo do legalismo ( ver referência anterior) é Apolo que faz conhecer as suas sentenças e desígnios através do Oráculo de Delfos. Este, entre todos os oráculos da Antiguidade, exerce uma influência incalculável como poderão atestar inúmeros exemplares da literatura clássica grega, desde a Ilíada até ás obras dos últimos escritores pagãos. Era Apolo que prescrevia aos homicidas as purificações a efectuar , que aprovava as constituições de novas cidades, que aconselhava Reis ou chefes de Estado em caso de guerra e que reconhecia eventuais novas divindades e cultos. Era, em muitos aspectos, o centro da via grega e era ao longo da sua Via Sagrada que se alinhavam os Tesouros oferecidos como homenagem ao Deus aquando das suas victórias. Após a batalha de Plateias foi consagrada em Delfos uma trípode de ouro onde estavam inscritos os nomes das 31 cidades que participaram na luta contra o invasor persa. A influência deste mesmo oráculo ultrapassava as fronteiras e estendia-se além do mundo helénico. Seja um facto ou apenas um produto de fantasia, uma história como a de rei Creso da Lídia ( relatada por Heródoto) ilustra simultaneamente a importância deste culto no país e a famosa ambiguidade dos oráculos. O santuário de Apolo em Delfos já existia desde c. 750 a.C. ,tendo desde então um carácter pan- helénico. Juga-se, embora esta mesma teoria tenha vindo a ser alvo de dúvidas, que o