O termo órtese origina-se da palavra grega “Orthós” que significa direito, reto, normal. Assim podemos definir órtese como um dispositivo exoesquelético aplicado a um ou vários segmentos do corpo com a finalidade de proporcionar o melhor alinhamento possível, buscando sempre a posição funcional, ou seja, a mais adequada.¹ Uma órtese é, portanto, um dispositivo aplicado a qualquer parte do corpo (coluna vertebral, membros superiores ou inferiores) isoladamente ou abrangendo mais de uma articulação tendo como função estabilizar ou imobilizar, prevenir ou corrigir deformidades, proteger contra lesões, auxiliar na cura ou maximizar a função. (MCKEE & MORGAN, 1998) Historicamente, as órteses eram utilizadas no tratamento de fraturas desde o Egito Antigo, confeccionadas com folhas e casca de árvores, cana e bambu, para emprego em vida ou após a morte, como demonstram avaliações de algumas múmias. As órteses confeccionadas por Copper eram utilizadas, por volta de 1500 a.C., no tratamento de queimaduras. Hipócrates (460 – 367 a.C.) também usava órteses, compressas e bandagens para imobilizar fraturas (SAURON, 1998). Com o advento da pólvora e seu uso bélico, houve adaptação das órteses (aqui armaduras para defesa dos combatentes) aos novos tempos, passando-se a utilizar em sua confecção parafusos e roscas. Ambroise Paré (1509 – 1590) foi considerado pioneiro na arte de confecção de órteses. Um de seus grandes inventos foram os coletes de metal para aplicação em “corpos com curvaturas”, que eram perfurados para diminuir o peso e forrados para evitar escoriações devendo ser trocados periodicamente (SAURON, 1998). Entre os séculos XVIII e XIX os cirurgiões europeus, especialmente franceses e ingleses, trabalharam arduamente para desenhar e construir órteses e adaptações com ganchos ou braçadeiras. Ainda que o gesso de Paris já fosse conhecido dos persas por volta de 970 d.C. como material para imobilização, só em meados do século XIX passou a ser reconhecido na