Origens
RELAÇÕES SOBRE O PROJETO MINHAS ORIGENS COM O TEXTO DO REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
O debate sobre cultura e diversidade cultural está ganhando espaços importantes, tanto no Brasil quanto em outros países. Esse debate, no entanto, parece não ter ainda chegado com tanta intensidade na escola, particularmente na educação infantil. Muitas pesquisas sobre educação e diversidade intercultural têm destacado a importância de estender esse debate para o campo da educação infantil. Mesmo com o avanço em termos de conhecimento, ainda existem resistências em aceitar a idéia de que a infância possui modos de vida e compreensões do mundo próprios e, portanto, é portadora de cultura e de direitos. Ao analisarmos projetos como “minhas origens” penso que além de conhecer novas formas de cultura, torna-se também um desafio de como dar conta da diversidade cultural no espaço da educação infantil. O conceito de cultura circula entre nós com grande desenvoltura e nem sempre é compreendido de modo objetivo e adequado. É comum, por exemplo, seu uso como sinônimo de folclore, mas seu significado vai muito além. Outra definição de cultura comumente usada situa-se em uma perspectiva estrutural-determinista para a qual toda cultura reflete e é determinada pelos interesses dos grupos e classes dominantes. Este ponto precisa ser extensivamente explorado pelos educadores que se propõem em articular projetos como minhas origens afim de não supervalorizar apenas um determinado grupo cultural. Trabalhar com a riqueza das etnias brasileiras, identificando as contribuições trazidas por cada grupo cultural, valorizando esta diversidade como princípios formadores do nosso jeito de pensar e ver o mundo. A história de nossas origens não é uma coisa do passado para ser memorizada e tomada de orgulho como um “ranking” de quem tem traços europeus. Ela