Origem e Evolução das Celulas
O processo evolutivo que originou as primeiras células começou na Terra a cerca de 4 bilhões de anos. A atmosfera provavelmente continha vapor d’água, amônia, metano, hidrogênio, sulfeto de hidrogênio e gás carbônico. O oxigênio livre só apareceu muito depois, graças à atividade fotossintética das células autotróficas. Há 4 bilhões de anos, a superfície da Terra deveria estar coberta por água, disposta em grandes “oceanos” e “lagoas”, o chamado caldo primordial que era rico em moléculas inorgânicas e gases atmosféricos em solução. Sob ação do calor e da radiação ultravioleta do Sol, e de descargas elétricas muito frequentes, das tempestades, as moléculas dissolvidas no caldo primordial combinaram-se quimicamente para constituírem os primeiros compostos contendo carbono, talvez, proteínas e ácidos nucléicos. Esse tipo de síntese, realizada sem a participação de seres vivos, é denominada prebiótica e já foi demonstrada por Stanley Miller. O acúmulo gradual dos compostos de carbono foi favorecido por três circunstâncias: (1) a enorme extensão da Terra, com grande variedade de nichos, onde provavelmente ocorreu a formação de moléculas próximas umas das outras e diferentes das distantes; (2) o longo tempo (2 bilhões de anos), período em que ocorreu a síntese prebiótica no caldo primordial; e (3) a ausência de oxigênio na atmosfera, o que evitou a destruição das moléculas por oxidação. Na atmosfera atual da Terra, a síntese do tipo prebiótico é impossível.
Pode ter surgido polímeros de aminoácidos e nucleotídeos no caldo primordial, mas somente ácidos nucléicos são capazes de autoduplicação. Como em laboratório moléculas de RNA simples podem evoluir para moléculas mais complexas, sem auxílio de proteínas enzimáticas, supõe-se que a evolução começou com moléculas de RNA. Aparecidas as primeiras moléculas de RNA com capacidade de se multiplicarem e de evoluir, estava iniciado o caminho para as primeiras células. Porém, era necessário