Origem historica dos sinais de pontuação
Origem histórica dos sinais
Do ponto de vista histórico, a pontuação não apenas foi uma aquisição tardia, mas uma lenta conquista, em muitos aspectos identificada com a evolução da própria escrita. Assim, buscar suas origens implica necessariamente refletir um pouco sobre a trajetória da escrita.
A origem da pontuação remonta aos textos sagrados, feitos para serem recitados oralmente, apresentando-se sob a forma de "indicadores para respirar" na leitura em voz alta. Mas foi apenas na Idade Média, com o surgimento da Imprensa, que a pontuação se disseminou. Sua história abrange desde os antigos escribas, ao revisor de texto medieval (profissional surgido com o advento da Imprensa); dos escritores de épocas sucessivas, aos atuais redatores e manuais de revisão dos grandes jornais, sempre intermediada pela instrução escolar. Abrange também o próprio status da linguagem em suas modalidades falada e escrita e a mudança nas concepções de autor e de leitor, privilegiadas em diferentes momentos da história.
Escrita e Pontuação na Antiguidade Clássica
Há indicações de que nas escritas silábicas havia separadores de palavras, que se perderam na escrita alfabética. Já na antiguidade clássica, escrever junto ou separado equivaleria a, nos dias de hoje, escolher entre letra cursiva ou letra de forma. Durante séculos, não existiram nem segmentação e nem marcas gráficas de pontuação. A escrita era contínua e o leitor era quem segmentava e pontuava o texto.
Os povos da antiguidade viam a escrita como um mero registro da fala e, ainda assim, como um registro imperfeito: uma simples "intermediária entre sequências fônicas de partida e sequências fônicas de chegada". As letras eram apenas "guardiãs da voz". Deste modo, a leitura cultivada entre eles era a leitura expressiva em voz alta, baseada sobre uma notação gráfica reduzida. Entre os romanos, ninguém contestava a notória prioridade do oral e o caráter secundário da escrita, embora alguns