Origem dos Ditos Populares - 1 - Cor de Quem de Burro Foge
Trata-se do famoso dito “fulano está com cor de burro quando foge”!
Cor de burro quando foge? Ora, burro quando foge não muda de cor! Tenha santa paciência, quem muda de cor é a pessoa que está fugindo do burro, principalmente quando o quadrúpede é um burro brabo, mal amansado, machão daqueles que quando vê uma égua em cio sai correndo em busca da dita cuja, esbravejado, sem controle, sem domínio de quem quer que seja, ou seja, do dono ou de quem dele cuida.
O dito chegou ao povo deturpado dessa maneira a partir da história do “Zé do Galo”, apelidio do José de Ribamar lá da Ramada, por ser um grande adepto do famigerado e sanguinário esporte chamado “briga de galo”. “Zé do Galo” ganhava o sustento da família nas rinhas da vida, ganhando apostas e mais apostas, tendo ao seu lado o até então invencível “Três Dedos”, nome dado a um dos seus galos de estimação, famoso na redondeza pela pervercidade com que abatia seus antagonistas, com os afiados golpes dos seus três únicos dedos de um dos seus ciscadores, gostosa parte dos galináceos quando servido ao molho de cabidela!
Enquanto ganhavam respeito e temor perantes os adversários com essa atividade, “Zé do Galo”, o homem e “Três Dedos”, o galo, proporcionalmente, colecionavam inimigos de todas as formas. De um lado, estava um ousado apostador que fazia suas altas apostas sempre na certeza de sempre ganhar, do outro estava o galo que, movido simplesmente pelo instinto, se sentia um imbatível gladiador, uma máquina de trucidar seus adversários, sem a mínima pena, mesmo que esta signficasse a perda do revestimento da sua pele, como ave que era.