Origem do confilto
Por que a união de Casas Bahia e Pão de Açúcar para criar a Viavarejo gera tanto conflito entre os sócios — e como isso atrapalha uma empresa de 22 bilhões de reais
Tiago Lethbridge e João Werner Grando, de inShare1 São Paulo - A julgar pelo entusiasmo que geram, seria de esperar que grandes fusões tivessem o hábito de dar certo. O esforço costuma ser tremendo: empresários e suas dezenas de assessores dedicam meses ao assunto até que, enfim, conseguem chegar a um acordo e assinar o contrato que deveria mudar a vida de todos para melhor.
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Pena que são raros os casos em que as noites maldormidas dão o retorno esperado. Juntar duas grandes empresas é complexo e doloroso, e todo tipo de problema pode surgir entre a teoria que tanto empolgava e a áspera prática. Às vezes leva tempo para perceber: a união de Travelers e Citicorp, que criou o Citigroup, demorou uma década para desandar. Mas há também fusões que começam a dar errado imediatamente.
É o caso da Viavarejo, o gigante do comércio de eletroeletrônicos brasileiro, resultado da junção de Pão de Açúcar (então dono das lojas do Ponto Frio) com Casas Bahia (fundada pela família Klein) em 2009.
A relação entre os sócios é péssima desde os primeiros dias: meses depois de assinado o contrato, os Klein se arrependeram e exigiram uma renegociação. Conseguiram. Mas não bastou para que a relação melhorasse: passados mais dois anos, os Klein e o Pão de Açúcar estão, de novo, em guerra. Azar da Viavarejo.
Em outubro, a família Klein enviou uma carta ao Pão de Açúcar pedindo uma indenização em razão de supostos equívocos no cálculo do valor das empresas na época da fusão. Com base no