Origem do Cerrado
A vegetação de cerrado, com suas árvores pequenas, tortuosas e de casca espessa, muitas vezes enegrecidas pelo fogo, cobria cerca de 20% do território brasileiro. No Estado de São Paulo, esse tipo de vegetação ocupava 14% do território, dos quais resta hoje menos de 1%, na forma de pequenos fragmentos dispersos, sujeitos a toda sorte de perturbações.
Até poucas décadas atrás, o cerrado era visto como terra improdutiva, sendo explorado penas para extração de lenha e carvão e para pecuária extensiva, atividades que causavam relativamente poucos danos ao ecossistema. Embora a área já devastada seja extensa, a ocupação do cerrado por agricultura e pecuária de alta tecnologia – essas sim atividades altamente impactantes – é um fenômeno recente.
Paralelamente ao avanço da destruição, porém, vem crescendo em todo o mundo a consciência sobre a importância da conservação dos recursos naturais. Os componentes da chamada biodiversidade, sejam árvores, animais, fungos, microrganismos ou mesmo genes oriundos de seres vivos, passaram a ser vistos como tesouros de valor ainda desconhecido, que podem dar origem a novos medicamentos, produtos industriais, alimentos e outros usos cuja descoberta depende de muita pesquisa científica sobre o pouco que restou dos ecossistemas naturais.
Além dessa importância, que colocou o cerrado como um dos biomas mais importantes do mundo para a conservação da biodiversidade, sua vegetação exerce proteção tão eficaz aos recursos hídricos quanto as florestas, com a vantagem de consumir relativamente menor quantidade de água para sua própria sobrevivência.
Por todas essas razões, o cerrado tem hoje sua conservação amparada pela legislação ambiental vigente, seja como Áreas de Preservação Permanente, seja nas áreas de Reserva Legal estabelecidas pelo Código Florestal. Dentro dessas áreas, a vegetação natural deve ser mantida e, caso tenha sido desmatada ilegalmente, precisa ser recuperada.
Pesquisas sobre a