origem da literatura infantil
Data de publicação: 01/09/2008
Para a urgente tarefa de reestruturação do ensino, seria quase preciso uma varinha de condão, tais o gigantismo e as dificuldades para não apenas alterar métodos ou estruturas, mas transformar "mentalidades".
Pesquisa recente apontou para um profissional em franca expansão, especialmente nas grandes cidades; o contador de histórias. Isso é apenas mais uma prova de que existe algo diferente no ar neste início de século. Até os distraídos puderam notar que, nesses tempos caóticos, terrivelmente materialistas e burocráticos, vem se sobressaindo a crescente onda de interesse pela literatura alimentada pela magia, pelo sobrenatural, pelo mistério da vida, das forças ocultas.
No rastro desses interesses, as fadas estão de volta, nos lares e nas escolas, uma literatura que, verdadeira fonte de sabedoria, aparecia perdida no tempo. Não é à toa: Para realizarmos a urgente tarefa de reestruturação de nossa sociedade - as atuais formas de educação, por exemplo -, seria quase preciso uma varinha de condão, tais o gigantismo e as dificuldades que se apresenta - não apenas porque se trata de alterar métodos ou estruturas, mas de transformar "mentalidades".
Atenta a essas transformações e ciente de que o fascínio por reis e rainhas, príncipes e princesas, bruxas e ogros, objetos mágicos, madrastas, gigantes e duendes não é apenas das crianças, mas também dos adultos, a professora Nelly Novaes Coelho escreve O Conto de fadas, agora editado por Paulinas. Em seu entender, fábulas, mitos, lendas, contos de fadas e contos maravilhosos constituem a matéria-prima do acervo da Literatura moderna e "deixaram de ser entretenimento infantil" para serem redescobertos "como autênticas fontes de conhecimento do homem e de seu lugar no mundo".
As personagens, as situações ou os conflitos que estruturam as narrativas correspondem ao processo da realização interior das personagens, no plano