Oriente Médio
Instituto de Relações Internacionais
DEBATES GA CINT
O informativo sobre os debates no âmbito do Gacint
Grupo de Análise da Conjuntura Internacional
A Nova Configuração Política do Oriente Médio
O
Grupo de Análise da Conjuntura
Internacional da USP
(GACINT/USP) reuniu-se no início do mês de setembro para discutir o redesenho do Oriente
Médio de maneira ampliada, levando em conta os recentes acontecimentos na região, sobretudo a atuação do grupo autodenominado Estado Islâmico
(EI), também conhecido como
Islamic State in Iraq and Syria
(ISIS).
Samuel Feldberg, Arlene Clemesha e Bernardo Sorj
Para garantir pluralidade à discussão, o formato da reunião foi diferenciado.
Dois foram os palestrantes convidados: Bernardo
Sorj, sociólogo e professor visitante no Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), e Arlene
Clemesha, professora de História Árabe e diretora do Centro de Estudos Árabes da USP. Os comentários foram de Samuel Feldberg, professor das Faculdades Rio Branco e da pós-graduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de
São Paulo. A mesa foi coordenada pelo cientista político Ricardo Sennes.
A ARGUMENTAÇÃO DE SORJ
Bernardo Sorj foi o primeiro a falar, e apresentou quatro grandes hipóteses: (i) ainda vivemos as sequelas da desintegração do Império Otomano;
(ii) a consolidação dos Estados nacionais no
Oriente Médio passa por uma difícil equação entre três grandes forças político-culturais: o próprio
Estado nacional, o pan-arabismo e o Islã, com suas diferentes tendências; (iii) há necessidade de reequilibrar a relação no tripé Estado nacional, poder político e religião; e (iv) os termos do jogo
geopolítico sofreram intensa transformação na região nas últimas décadas.
A primeira hipótese trata das sequelas da desintegração do Império Otomano. Sorj lembrou que, no século XIX, os países europeus começaram a lutar pela apropriação de fatias do decadente
Império Otomano. Isso