Orientações curriculares para o ensino médio
ORIENTAÇÕES CURICULARES PARA O ENSINO MEDIO
A partir dos estudos acerca da língua e da linguagem surge, por volta dos anos 70, os debates em torno dos conteúdos da disciplina de língua portuguesa, com o intuito de integrar às práticas de ensino e de aprendizagem novos conteúdos além dos tradicionalmente trabalhados nas salas de aula. Essa reformulação do currículo de língua portuguesa visa compreender o processo de aprendizagem à luz dos fatores envolvidos na variação linguística; tais como classe social, espaço regional, faixa etária e gênero sexual. Deve-se considerar esses fatores relacionados às situações de uso da língua que determinam o grau de formalidade e a modalidade de uso, oral ou escrita (-OCEM, 2008). No entanto não ouve nesse período alterações significativas em termos de objeto de ensino da língua portuguesa, uma vez que, para isso seria preciso compreender e respeitar os vários usos da língua, abrindo a escola para reflexões acerca da variedade não padrão, o que considerava-se uma ameaça aos conhecimento da língua que até então imperavam nas salas de aula.
...considerar a variação e a mudança linguística como fatores intrínsecos aos processos sociais de uso da língua deveria contribuir para que a escola entendesse as dificuldades dos alunos e pudessem atuar mais pontualmente para que eles viessem a compreender quando e onde determinados usos têm ou não legitimidade e pudessem, tendo alcançado essa consciência social e linguística atuar de forma também mais consciente nas interações de que participassem fossem elas vinculadas às práticas orais ou às práticas escritas de interação. (OCEM, 2008, P.20)
As Orientações Curriculares para o ensino Médio afirmam que somente a partir dos anos 80 considerou-se que a variação dos usos da língua só seria efetivamente compreendida na materialidade do texto, considerando o contexto de produção de sentido, o que envolve tanto