Orientar Trabalhos
Um caso com aplicação na disciplina de Ciências Naturais (9.º ano de escolaridade).
“A operação de interpretação refere-se a inferências e generalizações que podem ser feitas a partir de descrições. A interpretação não se limita à simples tradução; esta está mais próxima da descrição. Interpretar supões acrescentar sentido, ler nas entrelinhas, preencher os vazios e, dentro de limites de determinado material, ampliar o seu conteúdo. Interpretar é compreender relatórios numéricos, de figuras, gráficos, artísticos e literários.
John Staurt Mill disse certa vez «O grande problema da vida é fazer inferências.» É difícil imaginar que possamos viver um dia comum sem fazer interpretações a partir de dados. Às vezes temos tendências para ultrapassar os dados e alguns tendem a deformar os dados através de erros grosseiros. Outras vezes podemos apresentar excesso de cautela, embora a cautela seja desejável. Não é pouco comum a incapacidade para interpolar e extrapolar, ver sentido íntimo e sentido ampliado, bem como as limitações dos dados e reconhecer quando se aplica a probabilidade. Basta dizer que aprender a correlacionar causa e efeito é uma importante habilidade do pensamento – mas uma habilidade que parece pouco acentuada nas práticas escolares.”
(Retirado de: Ensinar a Pensar. Raths e col., EPU. 1977)
A capacidade de realizar pesquisas bem sucedidas, a par das capacidades de seleccionar e de organizar informação constituem aptidões que exigem o exercício de operações de interpretação e, portanto, constituem competências que devem ser desenvolvidas nos alunos. Neste sentido, apresenta-se um esquema de orientação de trabalhos de pesquisa aplicável a alunos da disciplina de Ciências Naturais, ao nível do 9º ano de escolaridade. Este esquema orientador está estruturado em duas partes. Na primeira parte, generalista e comum todos os trabalhos, apontam-se o assunto, os objectivos gerais, as competências a desenvolver e a organização