organoclorados
Os poluentes orgânicos persistentes (pops) representam hoje um problema de contaminação global. Em décadas mais recentes, numerosos pops foram produzidos em todo o mundo e muitos ainda são produzidos e utilizados. Eles fazem parte de um grupo de substâncias químicas muito resistentes à degradação por processos bioquímicos, por isso são extremamente estáveis e de longa vida. Além de serem persistentes são também tóxicos e bioacumulativos nos tecidos de animais e humanos. O programa das nações unidas para o meio ambiente (pnuma) listou alguns pops, os organoclorados, como substâncias químicas que merecem atenção séria e urgente. Vários pops, notadamente alguns agrotóxicos organoclorados como o ddte o hch de classe técnica, foram completamente banidos nos países industrializados e/ou banidos do uso agrícola na maioria dos países em desenvolvimento. Porém, devido à persistência destes agrotóxicos, níveis elevados dos mesmos são encontrados em muitas regiões do globo. Além disso, em alguns países menos industrializados, incluindo países da América latina, os agrotóxicos organoclorados, particularmente o ddt, ainda são utilizados em campanhas públicas de saneamento contra vetores de doenças como a malária. Além de tudo, contribuindo mais com essa problemática é que ainda ocorre o uso ilegal de agrotóxicos organoclorados. Os níveis atuais dessas substâncias na América latina são reflexos tanto da utilização indiscriminada dos mesmos no passado como no presente. Grandes quantidades foram utilizadas, particularmente no México, em áreas cultivadas com monocultura. Nesse sentido, o México é de longe o maior usuário do agrotóxico ddt, seguido de perto pelo Brasil com os demais países usando menores quantidades. Em relação à contaminação em ambiente de água doce, um número limitado de estudos relatou que diversos agrotóxicos organoclorados eram detectáveis na água de superfície, nos sedimentos e/ou nos peixes, moluscos, e