Organização Industrial
Profª Cleide de Marco Pereira O mundo real é muito diferente daquele descrito nos modelos microeconômicos tradicionais. Concorrência perfeita, informações disponíveis sem custos, perfeito funcionamento do mercado e ilimitada capacidade dos agentes para solucionar problemas são elementos fundamentais destes modelos que dificilmente, ou melhor, quase nunca caracterizam o mundo econômico real.
Esse afastamento da realidade não é necessariamente problema para a análise microeconômica, uma vez que seu objetivo não é representar o mundo real, mas ser uma ferramenta para interpretação. A análise microeconômica encontra limites e não oferece interpretações adequadas a situações observadas na prática. O modelo de concorrência perfeita expressa isso claramente. Esse modelo supõe que firmas são tomadoras de preços, enquanto que na verdade, as firmas de grande porte , ao contrário, têm políticas de determinação de preços, lançando mão de diferentes estratégias: diferenciação do produto, investimentos em tecnologia (P&D), propaganda e marketing, entre outros; todas com objetivo de ampliar a capacidade das empresas em fixar seu preço acima dos custos de produção.
Ao buscarmos a literatura da organização industrial vemos que ela foi surgindo em reação à incapacidade da microeconomia tradicional em dar respostas adequadas a problemas reais das firmas e dos mercados. A organização industrial agrupa teorias diversas que estão sempre em constante transformação.
Origem da organização industrial: década de 30
Principais teóricos: Hall & Hitch (1939), Mason (1939) e Coase (1937).
Anteriormente ao surgimento das pesquisas sobre organização industrial o enfoque predominante era o desenvolvido por Alfred Marshall (1842-1924), considerado o pai da economia neoclássica, no qual a empresa tinha como único objetivo a maximização dos lucros, tendo pleno conhecimento de suas funções de custo e de demanda. Sendo assim, a decisão fundamental da