Organização de cooperativas: desafios e tendências
Este estudo foi desenvolvido no âmbito das atividades do Programa de Estudos dos
Negócios do Sistema Agroindustrial da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo (PENSA-FEA-USP). Versões anteriores foram apresentadas no congresso de 1993 da Internalional Agribusiness Management Assoeialion, em São Francisco, e em seminário para os alunos do Curso de Pós-Graduação do Departamento de
Economia Agrária da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), em Piracicaba.
Recebido em abril/93, 2ª. versão em agosto/94
Decio Zylbersztajn é Professor Doutor do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e Coordenador do Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial (PENSA).
Cooperativas agrícolas podem assumir importante papel na coordenação de sistemas agroalimentares em complementação ao Estado. Tal tentativa está presente nas experiências japonesa e holandesa discutidas por Parker & Chesley (1992) e Zylbersztajn, Kool, Jank & Sluis (1992). Essa capacidade coordenadora resulta da tendência de crescimento vertical das estruturas cooperativas e, nas palavras de Sexton (1986), "entender as cooperativas é entender os incentivos para a integração vertical".
O crescimento das estruturas cooperativas é seguido pelo aumento da complexidade de sua gestão, típica das grandes corporações. Ao mesmo tempo em que as cooperativas demandam gerentes qualificados para tratar dos complexos problemas do agribusiness, existe forte propensão a manter corpo gerencial formado por cooperados.
Em trabalho original de 1932, Berle & Means trataram da questão da separação entre propriedade e controle nas corporações, definida pela criação de corpos gerenciais formados por profissionais não-detentores de capital. Os ganhos associados à maior eficiência gerencial de profissionais qualificados contratados no mercado devem ser