Organismos Geneticamente Modificados
O caso dos Organismos Geneticamente Modificados
"Há quem olhe para os Organismos Geneticamente modificados como um perigo para o Planeta, há outros que acham que os OGM´s vão resolver o problema da fome no Mundo. Ambos estão a mentir. O problema da fome não tem nada a ver com falta de comida, mas com a distribuição. Por outro lado, dizer que os OGM´s são perigosíssimos porque há genes dos peixes metidos nas couves é uma aldrabice total. Pelo menos metade dos nossos genes são exactamente iguais aos da couve"
Professor Doutor Alexandre Quintanilha
(Instituto de Ciências Biométicas Abel Salazar, ICBAS, Universidade do Porto, Presidente da "Comissão para a Divulgação das Novas Biotecnologias" da Sociedade Portuguesa de Biotecnologia)
Introdução A civilização industrial, a par do aumento populacional e da qualidade de vida aparente, foi feita com algum desrespeito, ou falta de atenção, relativamente ao desenvolvimento sustentável1. Desta feita, a produção de alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, para a humanidade não é um problema trivial. O aumento demográfico dos últimos cem anos não teria sido possível, por falta de alimentos, sem a invenção e utilização habitual de adubos (por exemplo) bem como, pelo incremento recente de tecnologias de fabrico intensivo de alimentos. Assiste-se hoje em dia, no domínio alimentar, a fomes localizadas que indiciam falhas grotescas no sistema de distribuição e da conservação de alimentos, num espectro de produção/consumo que se vem mantendo superavitário. Nos países mais desenvolvidos, o consumo alimentar ultrapassa o propósito básico da alimentação e procura ter em conta os aspectos hedónicos que esta oferece. Desta forma, surgem novas prioridades, como a procura de alimentos nutricionalmente equilibrados, inócuos, com melhor conservação e composição química diferente com o intuito de alcançar a homeostasia e