Org Cadeia Produtiva Leite 9
- Agricultura Familiar -
Arnaldo Bandeira¹
Antecedentes
A produção de leite no Brasil tem duas fases distintas. O período de preços tabelados, no qual o preço ao consumidor era controlado pelo governo e por consequência o preço pago aos produtores também.
“O governo dizia qual seria o preço para o produtor. Não era o mercado que ditava o preço do produto, era o governo” (Mendes, 1999, p.41).
A lógica deste modelo induzia à ineficiência da cadeia produtiva, porque todos os segmentos estavam focados no preço final e pouco importava os custos de produção e a eficiência dos agentes envolvidos. Os preços eram fixados com base em um dado percentual sobre os custos de produção e, assim, as planilhas de custo serviam mais para reivindicar preços do que para tomar ações visando reduzir os custos e melhorar a eficiência da cadeia produtiva.
Ainda hoje, talvez como herança daquele período, o modelo de gestão dominante ainda é muito focado no preço, embora o custo de produção está no topo do rol de preocupações da maioria dos agricultores e já existe o entendimento de que é importante administrar os custos de produção para o sucesso do negócio.
¹Extensionista Rural – Instituto Emater. Médico Veterinário, Msc em Produção Animal, Especialização em Administração de Empresas – Agribusiness, MBA em Gestão de Negócios, Mestrado em Administração e Direção de Empresas, atuou em cooperativas de leite no Paraná. Curitiba, Outubro de 2014.
.O desafio comum para todos os agentes tem sido a busca da eficiência, através do aumento da produtividade, melhoria da qualidade e redução dos custos de produção. O trade-off qualidade-custo está superado, os agentes econômicos da cadeia produtiva já têm o entendimento de que é preciso produzir com qualidade e com custos competitivos. Está rompido o paradigma segundo o qual “produzir com qualidade custa mais”, pois quem incorpora conceitos e práticas de