Orações aos moços
Alguns arriscam o palpite de que a explicação para tal fenômeno dá-se em virtude das injúrias do tempo que assolam a todos e, que em Rui Barbosa, aquela época, já se traduzia pela sua debilitada saúde; outros vão mais longe e tentam buscar ilações de que os homens, à medida que o tempo passa, vão amolecendo e descobrindo na paciência uma virtude e inseparável parceira.
Mais do que isso; vemos um Rui Barbosa como uma figura paterna, que faz de suas palavras conselhos e daqueles formandos da Faculdade de Direito de São Paulo, seus filhos, sem que perdesse, para tanto, sua energia de político e brilhantismo de jurista.
Considerando a impossibilidade de estar presente naquela cerimônia, por força da parca saúde, foi cuidadoso em explicar… Não se esforçou na demonstração mais do que plausível de que sua ausência teria como nexo causal o seu estado de saúde, mas, mostrou toda sua força em asseverar que naquela sessão far-se-ia presente em alma e coração, regando sua cátedra de espiritualidade.
Mostrou que a distância entre o experiente jurista e a embrionária vida jurídica do formando consiste apenas no conhecimento de mundo que se conquista dia a dia, mas que o sonho de ambos continua o mesmo, e que o elixir da vida é fazer deste sonho o seu cotidiano alimento.
Indiretamente interpretou Rudolf Von Ihering quando este afirmou que: “ a luta é o meio necessário para se buscar a finalidade do direito, que consiste a paz” , eis que para lutar destemido é necessário estar embriagado de ira, cólera e, que estas, neste diapasão, não traduzem pecado, mas