Oque e psicologia comunitaria
A partir da década de 70, a Psicologia passa por um momento de transformações significativas decorrentes, em parte, dos questionamentos que envolvem a relevância da Psicologia social. Sob os auspícios dessa crise, ou por sua convocação, houve a constituição de um conjunto de problematizações relacionadas com o surgimento de diversas propostas para a disciplina no Brasil e na América Latina. Entre as questões levantadas naquele momento, está à falta de relevância social das pesquisas em Psicologia social, a reivindicação de que se constituísse um rumo próprio para a disciplina a partir da realidade social, econômica e política latino-americana e o compromisso com a transformação social.
A Psicologia da libertação, a Psicologia social comunitária, a Psicologia sócio histórica e a Psicologia política surgiram envolvidas com esses questionamentos e elaboraram argumentos para modificar a psicologia social latino-americana. O que atualmente chamamos de PSC surgiu eminentemente de práticas realizadas em favelas e comunidades, quando isso ainda era uma novidade para a disciplina. A trajetória da PSC está, portanto, atrelada a esse momento de críticas à Psicologia social caracterizada até então por um viés cognitivista e experimental, e, como todo discurso de crise, a um movimento de reformulação das práticas vigentes. Houve, portanto, uma mudança de direção na psicologia brasileira, em que a PSC e a Psicologia social crítica tiveram participação intensa. Foi então que a Psicologia reivindicou a tarefa de atuar de uma forma diferente nas transformações sociais, não só atenta às questões das maiorias populares e