Oportunidades Iguais
Alguns Estados europeus, a América do Norte e também o Brasil, após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945,adotaram um modelo político destinado a corrigir distorções na distribuição das oportunidades sociais que ficou conhecido como Estado de Bem-Estar Social. Os sistemas públicos de educação e saúde, a previdência social e as garantias trabalhistas tornaram-se a partir de então muito difundidos. Pretendia-se oferecer a todos os cidadãos aquilo que até então apenas uma minoria da sociedade tinha acesso. Esse modelo político combinava proteção social com livre iniciativa e propriedade privada. Imaginava-se que, oferecendo diversas oportunidades a todos, a experiência social seria de fato igualitária.
Entre todas as medidas adotadas pelo Estado de Bem-Estar Social, considerava-se que, para promover a igualdade de oportunidades, nada melhor do que a educação. O raciocínio era mais ou menos este: se todos tivessem acesso à educação pública gratuita, aqueles que apresentassem os melhores resultados no final do processo (mais anos de estudos, com os melhores desempenhos) ocupariam no futuro as melhores posições sociais. Imaginava-se que esse critério fosse justo, por que tanto o filho do operário quanto o filho do dono da fábrica teriam as mesmas chances na competição escolar. No futuro, com seu diploma, independentemente de sua origem social, ambos poderiam se colocar no mercado de trabalho e prosperar. Enfim, tornando o ponto de partida igual para todos, as diferentes posições sociais das pessoas seriam justas, porque seriam fruto do mérito de cada um. O resultado seria desigual, mas decorrente de uma desigualdade bem-vista.