Opiniao Publica e Meio Ambiente
Introdução
Nas últimas décadas, em especial após a Conferência das Nações Unidades de 1992, ECO 92, na cidade do Rio de Janeiro, a questão ambiental deixou de ser tratada apenas em nível doméstico, conforme a delimitação legislativa de cada país, e ultrapassou fronteiras nacionais, tornando-se, pois, uma questão internacional.
Arranjos institucionais transnacionais têm sido criados, então, com intuito de tornar as demandas domésticas questões de nível internacional. De uma necessidade comum de diversos países em estabelecerem regras de padronização, surgiu um ordenamento em nível internacional o qual, por sua vez, acabou por agir diretamente nos processos produtivos domésticos de seus membros. Costuma-se comparar esse mecanismo de constituição de arranjo institucional com o movimento de um "boomerang": ele parte de uma necessidade doméstica, a qual pode ser suprida em nível internacional, através da constituição de um arranjo institucional transnacional. As decisões desse, por fim, voltam ao nível doméstico (por isso a comparação com o "boomerang") promovendo as devidas alterações nos mais diversos setores de atividade, visando justamente seguir o ordenamento padronizador, então, estipulado. Em vista disso, os processos de certificação (selos ambientais) promovendo a criação de Sistemas de Gestão Ambiental (SGA) sustentáveis tornaram-se parte integrante dos assuntos que compõem a agenda de empresas, corporações, ONGs, organizações internacionais, estados-nacionais, além de se enraizarem de forma cada vez mais consistente na opinião pública.
Dentro desse contexto o presente trabalho será construído, primeiramente abordando-se uma revisão bibliográfica em especial sobre o processo de formatação do arranjo institucional de um desses organismos certificadores, o FSC. Na seqüência, procuraremos problematizar