Operação Savannah

A Operação Savannah
1. Antecedentes
Em 25 de Abril de 1974, com a vitória em Portugal do Movimento das Forças Armadas e o final da sua política colonial, abrem-se perspectivas de negociações com vista à independência. Os movimentos de libertação de Angola são apanhados pelo 25 de
Abril numa posição de fragilidade: divisão e hostilidade entre eles, cisões no seio do próprio Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), situação militar estabilizada com as forças portuguesas a controlarem o território no seu conjunto.
A situação social em Angola degradava-se, com a hostilidade política, por vezes violenta, entre os três movimentos, uma tensão social crescente, contestações dos militares angolanos nas forças armadas portuguesas, tentativas golpistas da minoria branca e manobras separatistas em Cabinda.
Portugal reconhecera, como únicos interlocutores legítimos para negociar a independência, na linha das posições assumidas pela Organização das Nações
Unidas (ONU), os movimentos que conduziram a luta armada de libertação. A
Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional pela
Independência Total de Angola (UNITA) assinaram um acordo em Kinshasa em 25 de Novembro, o MPLA e a UNITA no Luso, hoje Luena, em 18 de Dezembro e a
FNLA e o MPLA em Mombaça em 4 de Janeiro de 1975. Finalmente, em 5 de
Janeiro, os três movimentos chegaram a uma plataforma comum para negociarem com a parte portuguesa.
A cimeira quadripartida ocorre em Portugal, no Alvor, entre 10 e 15 de Janeiro de
1975, com as delegações dos movimentos presididas ao mais alto nível, Holden
Roberto pela FNLA, Agostinho Neto pelo MPLA e Jonas Savimbi pela UNITA, e a delegação portuguesa presidida pelo então ministro sem pasta Melo Antunes. O
Acordo do Alvor, como veio a ficar conhecido, marcava a data da independência para
11 de Novembro de 1975 e definia os mecanismos da transição até à mesma. O
Governo de Transição quadripartido tomou posse em 31 de Janeiro de 1975 e