Opep
O rombo no Banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos, é o resultado de um acúmulo de irregularidades contábeis desde meados de 2006. O banco inflava seus balanços por meio do registro de carteiras de créditos que haviam sido vendidas a outras instituições como parte de seu patrimônio. A maquiagem permitiu que o valor da empresa fosse incrementado antes da abertura de seu capital, em novembro de 2007. Mas não pode blindá-lo contra a crise de crédito em 2008. No ano seguinte, o Panamericano teve 49% de seu capital votante comprado pela Caixa Econômica Federal. O que ainda não se sabe é como irregularidades tão grandes passaram pelo crivo de tantas instituições e por que só foram descobertas este ano pelo Banco Central.
A fraude nas contas do banco Panamericano teve inicio em 2006. A instituição vendia carteiras de crédito – que envolvem principalmente os contatos de cessão de crédito, operações de empréstimos e registro de bens executados por inadimplência – para outras instituições financeiras, entre elas o Bradesco e o Itaú.
As operações são corriqueiras e as instituições confirmam a compra. O erro partiu do banco Panamericano que manteve estas carteiras de crédito em seu balanço como ativos.
Além de contabilizar as carteiras de crédito já vendidas em seu balanço, acredita-se que a instituição financeira registrava esses negócios com valores alterados. Outra hipótese levantada pela autoridade monetária é que a mesma carteira de crédito tenha sido vendida mais de uma vez. Com isso, o balanço errava para cima o valor real dos ativos do banco.
Ainda não se sabe quem foi o responsável pela fraude, nem como o erro não foi detectado neste período.