OpenFlow e redes definidas por software: um novo paradigma de controle e inovação em redes de pacotes
Christian Esteve Rothenberg*, Marcelo Ribeiro Nascimento, Marcos Rogério Salvador, Maurício
Ferreira Magalhães**
Há algum tempo observa-se o surgimento da necessidade de maior abertura e flexibilidade dos equipamentos de rede, especialmente com o propósito de pesquisa e inovação. Os roteadores atuais implementam uma arquitetura composta por uma camada de software fechada, que é executada em um hardware proprietário. Esse modelo resulta em soluções de alto custo, dificulta a inserção de novas funcionalidades e inviabiliza a experimentação de novas ideias. Com o avanço da padronização do protocolo OpenFlow para programar o plano de encaminhamento dos equipamentos de redes de pacotes, o conceito de redes programadas por software traz um novo paradigma de inovação cujo potencial disruptivo assemelha-se ao da introdução de sistemas operacionais em computadores e, mais recentemente, em dispositivos móveis. Este artigo introduz os princípios da tecnologia OpenFlow e apresenta a arquitetura RouteFlow como exemplo de inovação para a função de roteamento em um ambiente aberto (open source), executado sobre hardware comercial (commodity).
Palavras-chave: Redes de pacotes. Roteamento. Encaminhamento. Software livre. Virtualização.
Introdução
A infraestrutura das redes de pacotes é composta, atualmente, por equipamentos proprietários, fechados e de alto custo, cujas arquiteturas básicas são concebidas a partir da combinação de circuitos dedicados, responsáveis por garantir alto desempenho
(Application Specific Integrated Circuit – ASIC), ao processamento de pacotes. A infraestrutura é complementada por uma camada de software de controle, responsável pelo suporte a uma extensa pilha formada por um número elevado de protocolos. No entanto, torna-se evidente a necessidade de especialização da lógica de controle de acordo com cada tipo e objetivo