ontologia e epistemologia
O projecto de sistemas computacionais envolve um domínio de problemas designado por “ontologia”, respeitante à estrutura representacional do sistema, incluindo questões como: que entidades são representadas, que relações existem entre elas, como é que elas apontam para o mundo dos utilizadores. Por exemplo, na fase de projecto de um software de gestão do sistema de reservas de um hotel, os informáticos e a direcção do hotel poderão discutir as consequências de fazer com que uma reserva seja considerada uma característica de um quarto, de um dia ou de uma pessoa. Esta actividade de “projectar uma ontologia” para um sistema computacional traduz certos “compromissos ontológicos” por parte do projectista – os quais, mais tarde, podem revelar-se diferentes ou mesmo conflituais com as expectativas do utilizador.
A questão da ontologia – “o que existe” – pode ser relacionada com a questão da epistemologia: “o que sabemos” ou “o que podemos saber”. E, aí, mais uma vez, a questão pode interessar ao projectista de sistemas computacionais. Por exemplo, nesta forma: o que supomos que o utilizador sabe “do que existe” para o sistema quando interage com ele? Se uma loja de livros on-line assumir que um cliente “sabe o que quer” quando vai fazer compras, não se esforçará por promover títulos específicos a clientes específicos. Contudo, sabemos que há sofisticados sistemas de “recomendação” que, com base no histórico de interesses de um indivíduo e na sua relação com certos perfis, dirigem a atenção do cliente para títulos que, de outro modo, lhe passariam despercebidos. Quer dizer, o “conhecimento do utilizador” não se pressupõe completo: procura-se orientar a sua construção.
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