onde a economia encontra o direito
"Enquanto a eficiência se constitui no problema fundamental dos economistas, a justiça é o tema que norteia os professores de Direito (...) é profunda a diferença entre uma disciplina que procura explicar a vida económica (e, de fato, toda a ação racional) e outra que pretende alcançar ajustiça como elemento regulador de todos os aspectos da conduta humana. Essa diferença significa, basicamente, que o economista e o advogado vivem em mundos diferentes e falam diferentes línguas."'
Mais recentemente, foram os planos de estabilização econômica que aumentaram ainda mais o fosso entre advogados e economistas. É corrente a crítica aos economistas que trabalharam para governos que, nos seus diferentes planos de estabilização da moeda e programas de desenvolvimento, sistematicamente desprezaram as liberdades públicas e os direitos individuais. É comum dizer, por exemplo, que os economistas do governo sempre geram emprego para pelo menos uma profissão - a dos advogados! Estes, por outro lado, são vistos por aqueles como interesseiros e desprovidos de espírito cívico, quando buscam na Justiça forçar o governo a realizar pagamentos totalmente fora do alcance das contas públicas, ou entulhando o Judiciário com disputas já pacificadas pêlos tribunais superiores, prejudicando todo o país em busca de gordos honorários.
"Na realidade, para neutralizar o risco de crises de governabilidade, não cabe ao sistema judicial pôr objetivos como disciplina fiscal acima da ordem jurídica. Zelar pela estabilidade monetária é função do sistema econômico. Como o papel do sistema judicial é aplicar o direito, ele só está preparado para decidir