onda negra peste branca 'o não quero dos escravos" Capitulo 3
É basicamente em torno de 1885 e 1888 que os estudos sobre o termino da escravidão no Brasil se debruçam.
Tudo se passa, como se os abolicionistas tivessem dado o impulso inicial e dirigido os escravos nestas rebeliões e fugas, numa ação racionalizada e ao mesmo tempo humanitária e progressista.
Nos estudos mais recentes, se passa uma ideia de que o negro, apesar de toda sua rebeldia, estava impossibilitado de conferir um sentido político às suas ações, dadas as próprias condições objetivas de um modo de produção que os reduziria irremediavelmente à alienação ou à incapacidade de assumir por si sós uma consciência de classe.
São duas ideias, que ao final se cruzam, numa conclusão similar que confere os louros da vitoria aos abolicionistas e, aos escravos, cumprimentos parciais pela sua capacidade de acompanhar o branco redentor e lutar a seu lado, sob sua direção.
Devido ao distanciamento material e moral, existente na época, escapava à elite a percepção do cotidiano dos negros, das suas relações sociais e culturais; e o que hoje se reconhece como formas de resistência, naquela época, mesmo entre os mais humanitários, passava como desordem, desenfreamento, paixões soltas e criminosas.
Segundo a autora, a ideia que mais interessa, uma vez que influi grandemente nos rumos da historiografia contemporânea, tem origem no ideário marxista. De acordo com ela, as classes sociais são determinadas por esta estrutura ou pelas condições objetivas de um dado momento histórico, enquanto as suas consciências expressam esta mesma estrutura ou o estagio de desenvolvimento das forças produtivas, dependendo da posição econômica por cada uma delas.
A conclusão que levam estas premissas metodológicas é a de que a luta de classes entre senhores e escravos não foi determinante ao longo do processo de extinção do escravismo, embora os pesquisadores tenham ressaltado com