oncologia cuidados paliativos
José Roberto Tozoni Reis
A família tem estado em evidêncía. Por um lado ela tem sido o centro de atenção por ser um espaço privilegiado para arregimentação e fruição da vida emocional de seus componentes. Por outro, tem chamado a atenção dos cientistas, pois, ao mesmo tempo que, sob alguns aspectos, mantém-se inalterada, apresenta uma grande gama de mudanças. Ë comum ouvirmos referências a “crise familiar”, “conflito de gerações”, “morte da família”. Ela também suscita polêmicas: para alguns, família é a base da sociedade e garantia de uma vida social equilibrada, célula sagrada que deve ser mantida intocável a qualquer custo. Para outros, a instituição familiar deve ser combatida, pois representa um entrave ao desenvolvimento social; é algo exclusivamente nocivo, é o local onde as neuroses são fabricadas e onde se exerce a mais implacável dominação sobre as crianças e as mulheres. No entanto, o que não pode ser negado é a importância da família tanto ao nível das relações sociais, nas quais ela se inscreve, quanto ao nível da vida emocional de seus membros. Ë na família, mediadora entre o indivíduo e a sociedade, que aprendemos a perceber o mundo e a nos situarmos nele. a formadora da nossa primeira identidade social. Ela é o primeiro “nós” a quem aprendemos a nos referir.
A instituição familiar tem ocupado a atenção de estudiosos de todas as ciências sociais. O que essas abordagens têm tido em comum, via de regra, é o fato de ver a família apenas através da ótica de uma disciplina científica especializada. Pode-se verifjcar que muitas vezes se repete, com argumentos tirados do repertório
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O INDIVÍDUO E AS INSTITUIÇÕES 101 científico, o que a ideologia tem veiculado dentro da própria família: a representação da instituição familiar como algo natural e imutável. Assim, por exemplo, Talcott Parsons’ dá à família uma grande importância, pois para ele a sociedade é um sistema no qual as relações