OLHARES ANTROPOLÓGICOS SOBRE FRONTEIRAS
Karla Estefânia Comamala Arbusa1
Resumo: O intuito desse artigo é entender melhor as dinâmicas da fronteira a partir da vertente antropológica, buscando demonstrar como suas observações podem contribuir e auxiliar outros estudos sobre o tema. Para tanto, analisaremos as obras de Alejandro Grimson e Fernando Rabossi, os quais analisam fronteiras diferentes, mas com a mesma dinâmica.
Palavras-chaves: fronteiras, dinâmica fronteiriça, antropologia.
Introdução
José de Souza Martins (1997) afirma que as fronteiras não se limitam somente em fronteiras geográficas, mas também é “fronteira da civilização, fronteira espacial, fronteira de culturas e visões de mundo, fronteira de etnias, fronteira da História e da historicidade do homem” (MARTINS, 1997, p. 13). Luciana de Andrade Mendonça acrescenta que:
Uma fronteira é um limite entre dois universos de regras, uma dicotomia acentuada entre identidades nós e eles. Esses limites são fundados por marcas de oposições políticas, étnicas, linguísticas e/ou culturais. As fronteiras também possuem caráter de permeabilidade. Zonas de fronteira nacionais são áreas onde ocorrem relações peculiares de estranhamento e reciprocidade entre estados. Países fronteiriços são como vizinhos: todos definindo uma oposição, um limite territorial, mas incapazes de viver sem a influência e a interferência do outro. Nessa situação o trabalho do antropólogo é colocar-se a observar como pessoas, grupos e instituições ligados a essas fronteiras pensam e como se posicionam e se relacionam através desse espaço (MENDONÇA, 2005, P. 117).
Nesse sentido, o intuito desse ensaio é entender melhor as dinâmicas da fronteira a partir da vertente antropológica, demonstrando como suas observações podem contribuir e auxiliar outros estudos sobre o tema. Para tanto, analisaremos as obras de Alejandro Grimson e Fernando Rabossi. Grimson é de Buenos Aires, Argentina, doutor em Antropologia pela UNB em 2002, com tese