OldBoy
E SUA RELAÇÃO COM A SABEDORIA DO ORIENTE
Bony Braga Schachter
Artista plástico/Rio de Janeiro
Resumo: Estudo de Old boy, do cineasta coreano Park Chan-wook, buscando analisar o filme em comparação com diversos elementos constituintes do pensamento grego clássico e do pensamento chinês antigo, de modo a estabelecer paralelos entre aqueles valores e aquelas concepções de mundo com as habilidades críticas da arte cinematográfica contemporânea.
Palavras-chave: Cinema coreano; Tragédia; Taoísmo; Old boy; Park Chan-wook.
Abstract: The study of Old Boy, from the Korean film maker Park Chan-wook, aiming at analysing the film in comparison with diverse constitutional elements of the classical Greek thought and the ancient
Chinese thought, as a means of establishing parallels between those values and conceptions of the world with critical skills of the contemporary cinematographic arts.
Key-words: Korean Cinema; Tragedy; Taoism; Old Boy; Park Chan-wook.
O filme Old Boy, do diretor coreano Park Chan-wook conta, em uma linguagem contemporânea, uma história antiga, a saber: a história da existência humana, brilhantemente vivida pelos gregos em suas tragédias.
Old Boy e a tragédia grega são equivalentes esteticamente. São obras que atingem uma universalidade, pois o tema de que tratam diz respeito a todos. A todos, sem exceção, desde que humano. Como se esquivar do trágico?
É inegável em Old Boy a estrutura trágica mapeada por Nietzsche. É imprescindível reconhecer na obra os elementos característicos da tragédia grega, formadores da estética das artes elevadas: a perfeita harmonia alcançada entre o apolíneo e o dionisíaco, a equivalência entre o viver e o morrer, a resolução heróica, a prisão do existir, a dor do conhecimento, e, sobretudo, a afirmação da vida: a vitória da sensibilidade e da alegria sobre as forças fracas, acima de tudo do que for apático.
REEL – Revista Eletrônica de Estudos Literários,