Olavo Bilac compara o poeta com o ourives. Para ele, ambas as profissões, tanto a ourivesaria quanto a poesia buscam a perfeição, por meio de um trabalho árduo, difício. Bilac acentua a importância das palavras precisas, do cuidado com as frases e realça o polimento dos versos, para que o poema se torne uma espécie de objeto precioso, semelhante a uma jóia rara. O trabalho artesanal a que o o poeta parnasiano atribui às palavras é para o autor semelhante ao do ourives, perseverante, delicado e cheio de dedicação e minuciosidade. Todavia, Bilac não vê nenhuma semelhança entre o poeta e o escultor, visto que o escultor para produzir uma obra modifica totalmente sua matéria prima, criando um novo objeto a partir de suas inspirações. Já o poeta parnasiano se utiliza da palavra (matéria prima) somente aprimorando-a e adaptando-a para que o estilo prevaleça, ou seja, buscando somente a perfeição formal. Por esse motivo, Olavo Bilac não vê semelhanças entre o poeta e o escultor. Contrariando essa ideia, ele compara o poeta ao ourives já que esse trabalha minuciosamente para que a matéria prima (ouro, pedra preciosa) seja apenas lapidada sem modificar sua essência, não deixando de ser uma pedra preciosa e valiosa. Em outras palavras, o trabalho do escultor é em matéria bruta em contraposição a um material tão delicado como o ouro (trabalho do ourives). De acordo com Bilac, a preocupação primeira do poeta parnasiano deveria ser a de produzir uma poesia formalmente perfeita, isto é, utilizando uma linguagem elaborada, rimas perfeitas, sintaxe tradicional, não atendo-se ao conteúdo das palavras sendo superficial. Sua real preocupação era com o estilo e não com a profundidade das ideias e sentimentos do poeta. Ao meu ver, o parnasianismo peca neste sentido, pois se apega muito ao estilo e esquece do verdadeiro sentido da poesia que é tocar os sentimentos das pessoas. Levar o leitor a um transbordamento de emoções. Na concepção dos parnasianos o