Olavo Bilac
Literatura – - Turma: - Valor:
Grupo nº: 4 Parnasianismo (Poesia): Olavo Bilac (Poema: Língua Portuguesa – comparar com 'Língua', de Gilberto Mendonça Teles e 'Língua', de Caetano Veloso mais quatro poesias de Olavo Bilac);
Equipe:
ABYSSUS
“Bela e traidora! Beijas e assassinas...
Quem te vê não tem forças que te oponha
Ama-te, e dorme no teu seio, e sonha,
E, quando acorda, acorda feito em ruínas...
Seduzes, e convidas, e fascinas,
Como o abismo que, pérfido, a medonha
Fauce apresenta flórida e risonha,
Tapetada de rosas e boninas.
O viajor, vendo as flores, fatigado
Foge o sol, e, deixando a estrada poenta,
Avança incauto... Súbito, esbroado,
Falta-lhe o solo aos seus pés: recua e corre,
Vacila e grita, luta e se ensanguenta,
E rola, e tomba, e se espedaça, e morre...”
Uma associação insólita entre beleza e traição é a base para a construção do poema “Abyssus”, abismo, em latim. O soneto é todo elaborado a partir de uma comparação que, evocada no título, é apresentada na segunda estrofe. A mulher, descrita no primeiro verso por meio de características aparentemente incompatíveis (“bela e traidora”) e que promete o amor ao amante, é comparada ao abismo, que representa, alegoricamente, seu poder de destruição. O homem sem forças para evitar o envolvimento emocional, entrega-se e quando ele se percebe numa armadilha já se encontra totalmente destruído. A força da traição feminina é representada pela maneira como o viajante é seduzido pela aparência “florida e risonha” da fauce, pela delicadeza das “rosas e das boninas”. Quando ele se aproxima do abismo, porém, não percebe a fragilidade do solo, que se desfaz debaixo de seus pés levando-a a morte. O poema sugere que a mulher e abismo têm o mesmo poder: depois de seduzir os homens, que lutam para se libertar, arrastam todos para a destruição. A última estrofe, constituída essencialmente de verbos,