Okay
A questão dos alimentos e da alimentação saudável está se tornando um tema de debate global, ao ponto de levar grandes empresas multinacionais do setor a revisar suas estratégias de negócios para produzir produtos com impacto menor sobre o meio ambiente e com melhores índices de “saudabilidade” (menor gordura, sal e açúcar, por exemplo). Mas em tempos de aquecimento global, outro aspecto que vem gerando cada vez mais discussões é o impacto da produção, distribuição, comercialização e preparo de alimentos no consumo de energia, e conseqüentemente, na pegada de carbono. Cresce com força nos Estados Unidos e Europa um movimento chamado “Locavore”, de valorização da “comida local”, ou seja, de estímulo ao consumo de produtos – até mesmo industrializados – produzidos com insumos da região onde vivem os consumidores e que tenham a mínima necessidade possível de deslocamento entre a produção e a mesa. Isto teria dois impactos práticos imediatos: o estímulo aos produtores locais e o impacto menor no uso de energia para produção, transporte e comercialização destes produtos.
Um artigo interessante publicado no “Business Insider” procura jogar um pouco de luz sobre o tema de energia e produção e distribuição de alimentos, partindo da constatação que somente nos Estados Unidos a produção de alimentos é responsável por 15% do consumo nacional de energia e o item médio de alimento, por sua vez, viaja mais de oito mil quilômetros entre o campo e a mesa. Diante disso parece óbvio que é melhor, do ponto de vista energético, consumir produtos feitos e transportados localmente. Mas será mesmo?
O autor do artigo, Michael Bomford, professor da Kentucky State University e membro do Post Carbon Institute, procura provar que a adesão acrítica a este modelo pode, na verdade, levar a um consumo maior de energia. Ele cita a pesquisa Energy Use in the US Food System, feita em