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Por que você é tão tímida, menina? Acho tanta graça na tua forma de recolher o rosto com as mãos que não consigo disfarçar o sorriso quando falo com você. “Canalha”. É o que você me diz sempre que eu dou o meu sorriso para você. É aquele especial, com direito a piscadinha e uma gargalhada nervosa em seguida. Você confunde o meu nervosismo com más intenções. Longe de mim. Contigo eu só tenho boas intenções. Boas intenções de te ganhar, custe o que custar, dure o tempo que for, usando quantos sorrisos forem necessários para te fazer mais feliz. Pra te fazer mais mulher. Pra te fazer mais minha.
Faz um esforço, vai. Eu não sou dos piores que você já viu. Eu sou bonito, tenho charme, sei falar de tudo o que você gosta de ouvir. Mesmo que isso signifique aprender um pouco sobre esse seu pop rock indie, all stars sujos, séries de TVs nerds e entender por que você gosta tanto do som de vinil (que nem é lá grandes coisas). Tô tentando te trazer pro meu mundo, sabia? Ninguém entende que eu vejo em você uma coisa que nunca vi nas outras: esperança.
Acredita em mim, eu não sou desses canalhas convictos. Longe de mim. Mas a gente vai aceitando as condições e acaba se perdendo. A âncora do comodismo sempre foi mais pesada que a minha vontade. Além disso, existe a diversão por trás disso tudo. Facilidade, mulheres bonitas, pecados gratuitos, uma maravilha. Até que você cansa. Ou até que eu me apaixone por você. Mas você resiste bravamente dizendo que eu não faço o seu tipo e que tem o menor interesse em mim.