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RECOMENDAÇÕES PARA O DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E MONITORIZAÇÃO DA LEUCEMIA MIELÓIDE CRÓNICA
António ALMEIDA, Isabel CASTRO, Jorge COUTINHO, Lurdes GUERRA, Herlander MARQUES, Ana Marques PEREIRA
RESUMO
A Leucemia Mielóide Crónica (LMC) é uma doença clonal com origem na célula estaminal, caracterizada pela expressão da proteína de fusão bcr-abl1 com actividade enzimática tirosina cinase desregulada. Os inibidores da tirosina cinase (ITC), e em particular o imatinib, revolucionaram a terapêutica da LMC, tornando-se, na maioria dos casos, na terapêutica preferencial de primeira linha na fase crónica desta patologia. A utilização do imatinib traduz-se num aumento marcado da sobrevivência global, tolerabilidade e qualidade de vida, comparativamente a outras opções terapêuticas disponíveis. O aparecimento de ITC de segunda geração (ITC 2G), com maior potência contra o bcr-abl1, expandiu o leque de opções terapêuticas nesta patologia, sendo uma alternativa em doentes que apresentem refractoriedade ou intolerância ao imatinib ou que progridam para fase acelerada sob esta terapêutica. A utilização de ITC deve ser efectuada de forma rigorosa visando a optimização dos resultados, sendo necessária uma correcta monitorização da resposta a esta terapêutica em períodos pré-estabelecidos, que permitam comparações, de modo a decidir com segurança a opção mais adequada. Apesar de se encontrarem estabelecidas as definições da resposta ao tratamento com imatinib, são menos claras as estratégias terapêuticas a adoptar em função da resposta obtida. Este trabalho revê critérios relativos ao diagnóstico, tratamento e monitorização da LMC, apresentando algumas recomendações que suportam a tomada de decisão na escolha da terapêutica mais adequada nesta patologia. São ainda abordadas as actuais linhas de investigação e áreas de debate que, a curto prazo, poderão alterar de uma forma significativa o panorama terapêutico na LMC. Estas recomendações,