oi vem
tante na importação de Borges ao
Brasil, pois reúne em um cômodo volume, o principal da produção de seus primeiros cinqüenta anos. À medida que estes textos sejam lidos e usados, suas virtudes e vícios aparecerão com mais clareza e darão, certamente, lu-
Sonetos Luxuriosos, de Pietro
Aretino. Tradução, Introdução e
Notas de José Paulo Paes. São Paulo:
Cia.das Letras, 2000, 112 pp.
No panorama literário italiano,
Pietro Aretino (1492-l556) parece não ter ocupado um lugar de muito prestígio, pois não é difícil constatar que a figura desse escritor provocativo e irônico é bem diferente da de seus contemporâneos
Ariosto, Bembo, Sannazaro e outros. Se por muito tempo os seus
Sonetti Lussoriosi (1524) causaram escândalo e foram relegados à censura, ao descaso e ao mistério por seu cunho marcadamente erótico/ sexual/obsceno, nos tempos atuais, no entanto, encontram-se à disposição de qualquer um em diferentes sites da Internet.
Não por acaso, lembra José
Paulo Paes, na “Notícia biográfi-
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gar a novas traduções que corrijam distrações e favoreçam outras ênfases. Porque Borges, como todos os grandes escritores mundiais, merecem e devem ser constantemente relidos e retraduzidos para nosso maior benefício.
Walter Carlos Costa
ca” à sua tradução dos Sonetos
Luxuriosos, “toda época histórica precisa, a posteriori, pelo menos, de um bode expiatório que lhe possa purgar as culpas e os crimes. A
Renascença italiana teve-o sob medida em Pietro Aretino” (p 11).
Além disso, ainda observa J. P. P.
“o fato de terem nascido sob o signo do escândalo e, em conseqüência, de ficarem marcados com o labéu da obscenidade, que os relegaria por quatro séculos ao enfer das pequenas edições clandestinas, explica a escassez de informações seguras acerca dos Sonetti
Lussuriosi” (p 30).
Para melhor entender a concepção deste escritor de versos satíricos e eróticos - que os admiradores chamavam de “poeta favoloso”, os