Oficina de Documentário
REFLEXÕES E METODO:
HISTÓRIA, PEDAGOGIA E AS FERRAMENTAS AUDIOSUAIS
por Felipe Xavier Henrique Geovanine
Parte 1:
Da Linguagem Historiográfica & Linguagem Audiovisual
O campo da história atualmente está aberto a diversificados tipos de fontes, e não só o tradicional documento escrito defendido pela escola metódica, que tem sua importância, mas não consegue abranger a imensidão da História. Como nos lembra Cardoso & Mauad (1997, p. 401), o historiador francês Fustel de Coulanges, no século XIX, já falava “ 'Onde o homem passou e deixou marca de sua vida e inteligência, aí está a História'. Qualquer tipo de marca”. Paralelamente a isso, também o cinema, desde sua invenção, em fins do século XIX, utilizou bastante a História como matriz temática para suas produções.
Várias épocas da História da humanidade foram e até hoje são abordadas pelo cinema: as grandes civilizações antigas, os heróis, os mitos, as sagas, os descobrimentos, as guerras, eventos do passado tidos como relevantes, toda esta temática sempre despertou grande interesse do público. O cinema tem a capacidade de contar histórias (e estórias), passando ao espectador uma sensação de realidade.
O audiovisual, por meio de sua linguagem simbólica, produz uma certa cultura histórica e alimenta a memória coletiva. O interesse do historiador em fontes alternativas no estudo da história já vem de algum tempo. O século passado foi palco de grandes mudanças tecnológicas muito aceleradas. Podemos lembrar o exemplo das guerras, que tiveram registros visuais e audiovisuais, como a Primeira Guerra Mundial filmada sem som, a Segunda Guerra Mundial, já registrada em audiovisual e as que vieram posteriormente, como a guerra do Vietnã e a Guerra do Golfo, abrindo um leque