Oficina de criatividade na forma o de jovens para a o comunit ria
Christina Cupertino*
A experiência aqui relatada descreve e analisa uma exemplo de utilização de Oficinas de Criatividade: como atividade de formação e suporte psicológico para adolescentes de um programa de atendimento a crianças da periferia de São Paulo. Pretende complementar o estudo sobre as variadas formas de emprego dos recursos expressivos artísticos, característicos das oficinas de criatividade (Cupertino, 2000; 2001), estendendo-o a um segmento de jovens em processo de formação para a ação comunitária, uma área que se consolida a cada dia.
Há mais de dez anos venho conduzindo grupos de Oficina de Criatividade para vários segmentos da população, entre os quais adolescentes em situação de risco, e em todos os casos as Oficinas vêm se mostrando como um precioso recurso de formação e suporte psicológico.
Podemos definir a Oficina de Criatividade como uma forma específica e recente de atuação psicológica, situada na confluência das áreas da Psicologia e da Educação. Ou seja, ela tem ao mesmo tempo uma função formadora e de sensibilização. É um lugar propício à experimentação, cujos objetivos são promover a exploração de variadas formas de expressão; facilitar o autoconhecimento e o conhecimento e a aceitação do outro enquanto alguém diferente e, conseqüentemente, favorecer uma inserção social baseada na ética; ajudar a reconhecer o papel dos afetos na vida, nos processos de aprendizagem e nas práticas profissionais. É um trabalho, portanto, diferente de outras oficinas, uma vez que não desenvolve nenhuma habilidade específica, mas promove a apropriação da capacidade de transformação dos participantes com relação a eles mesmos e/ou aos ambientes nos quais estão inseridos.
Constituem-se como atendimentos grupais, orientados por um facilitador, e baseados no uso de recursos expressivos de natureza artística. A produção por meio desses recursos expressa e torna explícitos sentimentos, valores e