oficina culinária

1 INTRODUÇÃO A alimentação saudável vem ganhando a cada dia mais espaço de exposição devido a promoção da alimentação saudável por meio de políticas públicas desenhadas na última década. Assim é fundamental saber o que é alimentação saudável. No contexto da segurança alimentar e nutricional (SAN), entende-se por alimentação saudável aquela que respeita hábitos alimentares; que é acessível; segura nos aspectos sanitário e ambiental; equilibrada pela variedade de alimentos, de preferência frescos; colorida e atraente; adaptada ao cotidiano; e, especialmente, prazerosa (Ministério da Saúde, 2006b). A alimentação cumpre um papel bem maior do que satisfazer a necessidade física e biológica. Para Fischeler “a variedade de escolhas alimentares humanas procede, sem dúvida, em grande parte da variedade de sistemas culturais: se nós não consumimos tudo o que é biologicamente ingerível não é culturalmente comestível” (2001).
A culinária é uma arte. Segundo a origem da palavra latina e grega, a arte é uma técnica e, como toda técnica, possuí três características: pode ser ensinada e aprendida, possui instrumentos próprios para ser realizada e possui linguagem própria (Chauí, 2005). Lody (2005) afirma que o sentido de pertencimento a uma cultura tem início no falar o idioma e no incluir receitas, pratos, criar hábitos cotidianos de comida. O comer é uma linguagem que “fala” de outras coisas como gênero, religião, inclusão ou exclusão social. Para muitos grupos, o ato de transmitir uma receita é um ato cerimonial que reuni utensílios, gestualidade, escolha de ingredientes, significado da recita para o cotidiano e para os dias de festas. O patrimônio culinário expresso nos pratos, nas receitas tradicionais, faz parte da memória afetiva, do registro, da transmissão oral de nossa herança cultural que convive com a modernidade (Belluzo, 2005). As mudanças ocorridas ao longo da história trazem consequências no modo de vida das pessoas, a entrada da mulher no mercado